Esse poema é meu e se chama As Letras das Palavras.
Enquanto as palavras vão traduzindo meus sentimentos,
Meu coração vai-se esvaziando da solidão...
Do temor e desesperança.
A alma marcada, ferida, e opressa,
Mostra o real sentimento humano:
a amargura que acompanha até as mais nobres pessoas...
O mal que se manifesta, lê-se através dos olhares.
Ah, esses olhares da modernidade! E da pós-modernidade!
Tão vazios e tristes!
Quão longe e perdidos os pensamentos...
Perdido nos pensamentos... Divaga.
É um sonhar acordado.
Um fugir de um desesperado... Desesperançado.
Há um oceano aqui...
Está afogando, matando tudo o que é.
Tudo que será já não existe... Já foi.
E a mistura das palavras...
Estou perdido.
São tantos os sentimentos/pensamentos!
Estou confuso.
São tantas lágrimas lançadas ao solo... Solidão.
As nuvens escuras parecem me entender.
Vão se movendo, se arrastando, indo ao nada.
Carregadas, e seguindo... Seguindo.
É o mal que se manifesta...
E esconde o céu azul, límpido...
É o mal que me ensina, me ajuda.
Conheço-me mais. Sei mais de mim.
É duro saber as verdades próprias...
As mentiras próprias são bençãos divinas... A ignorância de si.
Deixei de escrever porquês...
Nunca acabam mesmo.
Nunca dizem ou respondem...
Os porquês hibernam.
Estão lá, mas não estão...
Interferem, mas não são.
Fazem outrem deixar de ser.
Fazem-me deixar de sentir.
Sentir? Bem... é... Talvez.
Talvez. Senhor do porquê.
Relativismo constante.
Instantes intranquilos, indecisos.
Importantes, decisivos.
Eu, você. Tudo aquilo...
Tudo isso, tudo o mais... Palavras.
É, às vezes penso que você e eu não somos um.
Às vezes vem-me à mente alguma distinção...
É tênue a diferença...
E há?! Sei lá! Já não sei muita coisa.
Sei pouco e prefiro me calar...
E ouvir as letras do papel gritando um eufórico
e dissonante rugido de solidão...
Rindo-se, divertidas da vida que as dei...
Da minha vida que as dei!
Do meu sangue que escorre por entre o simbolismo que possuem.
Ato: o ver.
Há 11 anos