A luz que emana vem das profundezas insondáveis...
Portões de ferro rangem ao serem arrastados...
Cordas ensopadas de um líquido viscoso dão suporte ao abrir dos portões...
Sai, da escuridão sem fim, um imenso recanto...
Um campo imenso que diz de mim a força...
Que exala o cheiro suave da verdade...
As flores estão vivas...
A dor é resquício que deixa traços...
O chão está molhado. A chuva ensopou-o...
Um gélido toque da natureza lembra-me do fim...
Os passos largos da pressa nada fazem para demonstrar o erro...
A grama pisada é quem o mostra...
A leveza de um passo pode mais em seus efeitos...
Os defeitos são torpes...
Meras iniqüidades...
Pequenas falhas insólitas que nunca poderão se apoderar de mim...
A brisa fria sobre as pairagens lembram-me do movimento...
Triste insânia do sofrimento...
Porém, tranqüila descoberta do si-mesmo...
O Sol desponta em seus raios lúgubres do inverno...
Deixo a alma estendida sobre os campos a fim de captar o olhar...
O olhar infindo da estrela maior...
Que seca as lágrimas...
O toque é transversal, abissal...
Perpassa a alma insípida...
Corro por entre meus campos...
É como passear por si mesmo...
Ver sair de si o bem pior...
O mal melhor...
Olho, ao longe, os pesados portões de ferro...
Corro em direção aos mesmos...
Dá medo... acelera o coração...
Quanto mais perto, mais afeto...
Mais certo, mais mim-mesmo...
Adentro.
Está escuro...