sábado, maio 02, 2009

O dia de ontem... Dia do Trabalho

O dia do trabalho, foi comemorado, por mim e amigos, subindo a Serra do Jequitibá, na cidade de Buerarema, Bahia. Foi uma atividade muito gostosa de contato com a Natureza, brincadeiras, discussões de ações necessárias nas políticas públicas, etc. Mas confesso que, para mim, o que mais chamou a atenção foi a poesia de imagens naturais que consegui captar, tais como como essa beleza de flor.

Engraçado que a poesia se misturou ao amor à Natureza e à necessidade de atividade, em contraste à passividade manifestada pela população, de forma geral. É o que chamamos de força da amizade, força que vem do coração e que se apóia de forma dialética, um no outro. Deixo uma foto que representa laço forte de amizade.


quinta-feira, abril 30, 2009

Aos Fiapos¹, os Retalhos...


Há um céu esparramado...
Há lágrimas e dor, ao lado...
"Hei, fecha a cara!"
Grita, o desgraçado...

Senta.
Sinta os pés descalços sobre o chão gelado...
Sobra a calça jeans e a coca-cola...
Ambos, idiotia em dia de finados...

Pano, linha e vontade...
A agulha é o detalhe...
Costura e sorri...
Tão linda, tão simples...
A cabeça dança, enquanto cantarola...

Retalhos e cenas esparsas...
Espanto e rebeldia...
Anarquia descontrolada...
Sofria, todo dia, aquele infeliz desgarrado...

É dia de festa na casa dele...
Completa mais um ano de vida...
Não entendo por que comemoram a proximidade da morte...
Hei, espera, é a ilusão de negar a própria sorte...

Deslige a TV e ganhe mais alguns neurônios...
Raspe a cabeça, espere o vento e esfrie o juízo...
Compre agora mesmo o novo modelo!
Aproveita e arranca do peito o último suspiro...

Evita barraco...
Evita caos imediato...
Negocia, trata, conversa...
Pondera o caos e a serenidade.



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1 - Alusão à publicação Casa de Fiapo de Gabriella.

domingo, abril 26, 2009

Muralha


O futuro, agora, está próximo...
Esbarra num muro de concreto...
Sólido, impenetrável...
Decodifica uma fala insólita...
Desusada, desumana...
Habita e se habitua...
Mora e desanda...
Corre, debate-se e cai...
Não morre, mas desfalece...
Cansado de tentar...
Cansado de falar...
Fazer, agir por si.

O futuro é uma onda...
O vento sopra, a praia branca...
Partículas de sal...
Partículas de ouro...
Água salgada...
Chuva que chega e se vai...
Molha o som do mar quebrando em minha boca...
Mas tudo isso se esbarra na areia.

O futuro, hoje, vai...
Segue adiante...
Numa arma química...
Em espaços nano e gigas...
Em sentimentos inumanos...
Sem coração, sem vida...
Sopra forte a força humana em distanciar-se de si...
O muro da desconfiança.

O futuro já chegou...
Veio até mim...
Falou-me ao ouvido coisas que eu não quis ouvir...
Disse, olhando-me cabisbaixo, que não acredita mais em si...
Desistiu de correr...
Desistiu de agir...
Mandou-me calar a boca quando tentei dissuadir...
O muro é ele mesmo, o muro está posto, é aqui.