sábado, janeiro 10, 2009

Movimento Abraços Grátis



Este blog apóia o MOVIMENTO ABRAÇOS GRÁTIS.


Parece que o registro mais antigo deste movimento se deu em 1986, com um reverendo chamado Kevin Zaborney, que realizou em sua igreja o primeiro movimento coletivo de Abraço em favor do sentimento coletivo. Isso se expandiu para outras instituições como ONGs e Hospitais em países como Canadá, Inglaterra, EUA, Alemanha, etc. Levando em conta a delícia de receber um abraço, mesmo que seja de um desconhecido, é que este blog apóia o MOVIMENTO ABRAÇOS GRÁTIS. Se movimente também, dê mais abraços!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

A Cadeira


A moça saiu correndo na chuva...
Uma cadeira segurada com muito afinco lhe protegia a cabeça...
Estava, aquela cadeira, sobre a fronte da dama...
A chuva insistia em bater-se contra o, antes, sentadouro...
Era bela, de madeira e brilhante aos pingos d'água...

Da janela, ri-me e perguntei:
"É guarda-chuva ou cadeira?"
A bela jovem de cabelo amarelo e encharcado sorriu...
- "Agora é guarda-chuva, mas antes,
Guarda-sol, guarda balde, estante,
Mesa para pirralhos, escada para pequenos,
Ancoradouro de cansados, arma para mulher enciumada,
Escudo contra facas e foices,
Chutos e coices,
E até recanto para pensar nos açoites...
Da vida."

Riu-se mais uma vez.
Atravessou a rua...
E desapareceu.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Lágrimas Profundas...


Uma lágrima é uma gota de orvalho da natureza interna...
É a dor sendo posta para fora...
Sendo expulsa.

Uma gota de orvalho é uma lágrima da Natureza...
Expressando a homestase do, antes, desequilíbrio...
É o equilíbrio sendo introjetado.

Minhas lágrimas são dores da alma...
Cores sem força que elegem a fraqueza como base...
Que intentam o insano, o triste, o real...

O orvalho é gota natural...
A lágrima também.
Orvalho é tristeza, visto da janela...
Lágrima é janela para saída da tristeza...
Orvalho é cobertura para folhas...
Lágrimas são descorbertura do que se é.
Uma gota de orvalho é vapor de água condensada...
Uma lágrima, apenas, é tristeza contida...
Mas ambas expressam a busca pelo equilíbrio.

Guerra à Falsa Modéstia!


Falsa modéstia é escárnio contra mim.
Prefiro a petulância de quem é o que é.
E sabe que é.
É melhor um petulante que sabe que sabe,
Do que um modesto que finge não saber que sabe.
O petulante, pelo menos vomita conhecimento a torta e a direita...
O falso modesto, ora, em nada contribui!
Quer mostrar que é humilde e nada fala.
Guardar conhecimento é se enforcar e usar a corda para enforcar o outro.
Aos petulantes, apesar de ignóbeis, tem meu apoio.
Mas somente se realmente possuem o tal conhecimento que externalizam.
Aos modestos com falsidade declaro guerra!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Coragem


Um ser de imensa força desejou-me coragem...
Pé na estrada...
Força p'ra virada...
Virar a mesa...
Tudo quebrar, se necessário for.

O ser, de ímpar inspiração,
Falou-me do amor...
Doce força do coração...
Deu-me cor...
Ação.

Agi, num ato inato de reação...
Na tosca força do medo...
"De quê?", perguntei-me.
Da dor de sentir o ser que se é...
Do medo do que é verdade sobre si...
Sobre mim mesmo.
Declarei-me covarde, enfim.

Chega a hora, então,
De lutar contra tudo que existe...
De sofrer tudo que há de triste...
Sentir-se impotente diante de si...
Um espelho armado.
És pêlo, amargo...
Amado, assim.

Sofro a dor intensa...
Lancinante, atravessa a alma.
Fere, algema, amarra.
Dói, em mim, a calma...
Da voz daquele ser...
Que me conhece e me gosta...
Me ama,
Pois me chama à vida.

Amo também.
Há reciprocidade.
Nesta indigna idade que carrego...
Pois avilta a maturidade pretendida,
"Vinte e seis!", gritam as vozes em mim.
Irrito-me e digo:
"Foda-se a idade, o que importa é a vontade."
Vontade de ser melhor,
De viver...
Ser.

O ser caminhou de pés descalços
As ruas enlameadas da cidade...
A chuva caía sobre os largos ombros...
Cabelos compridos cobriam o rosto...
Gotas resvalavam pelos braços...
Mas o caminhar, simples e preciso,
Mostrava a força do ato...
Amor e verdade caminham juntos...
Sem um, não há o outro.
Foi o ato mais pesado e belo que tive que sofrer.

Senti a força do amor efervescer...
Fervilhou, em mim, o alvorecer...
Que inicia seu início...
Constrói seu caminho enquanto anda...
Desfaz e desgasta,
Ata o que é vão e joga na profundeza abismal...
Cantarola a coragem simples e singela...
A força vem dessas pairagens.
De dentro.
Dos arranha-céus em mim...
Das montanhas e picos sem fim...
Das altas nuvens do meu jardim.
Da dor e leveza posterior...
Do dizer o dito em tom evidente...
Sem máculas,
Inteiras, enfim.

terça-feira, janeiro 06, 2009

A Chave São Tuas Mãos


Pessoal, tenho o prazer de compartilhar com vocês a felicidade de eu ter conseguido fazer parte do Projeto Rondon deste ano de 2009. A equipe da qual faço parte irá para uma pequena cidade do Pará chamada Prainha. Estou a compartilhar isto com vocês, pois tenho uma leve convicção de que os leitores deste blog são da categoria dos raros (depois falo mais sobre) e que, por isto mesmo, têm grandes chances de terem sucesso na vida. Quero, desta forma, aconselhar a todos e todas que pensem como compartilhar o sucesso com o País que nascemos e do qual, se é que ainda não temos, devemos ter orgulho.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Poema para 2009...


As taças falaram...
Vinhos vermelhos e brancos...
A noite foi ímpia e sagrada.
Sobre os bancos, encostado, flutuei...
O som, num barulho insano...
E insosso.

Rios sem fim desaguaram...
A chuva acalmou o calor...
Os pés apoiaram o dançar dos corpos...
O ritmo conduziu-nos ao êxtase...
Levou-nos a refletir...

Quão infinda é a vida...
Se sem fim a entendemos...
Se infinda a vivemos...
Com sábia astúcia a conduzimos.

Quão imenso é o prazer...
De gozar do que é belo...
De sentir o que nos faz bem...
De ousar seguir em frente,
Quando falam p'ra voltar...
A coragem que nos vem,
Quando necessário nos é lutar.

Que as taças tilintem
Nesse novo ano.
Mas para festejar a vitória nossa!
Daqueles que lutam.
Que fazem acontecer.
Que sabem vencer,
Mas aprenderam a perder.
Aprenderam a chorar.
Aprenderam a viver.