quarta-feira, outubro 01, 2008

O olhar...




O que você faria sem o olhar do outro?
O que pensaria diante do ignoto?
Seria limitado quanto aos limites?
Seria insano diante de próprios palpites?

Há um abismo que o separa do ato...
O nome do abismo é o outro...
O peso moral que estraçalha o escopo...
A casa ideacional que limita o corpo...

O que eu seria sem o olhar do outro?
Seria a insânia ilimitada e louca?
O ilimitado injusticeiro do outro?
Daria ouvido às próprias vertiginosas viagens?

Sou a separação abismal...
O sistema colossal de uma muralha ardente em chamas...
O olhar é a barreira intransponível...
Em qual nível?

segunda-feira, setembro 29, 2008

O Poder da Fé


A primeira coisa que devemos perguntar é: A fé tem poder?
Claro que sim! Note como ela muda comportamentos e direciona-os...
A segunda é: Se ela tem poder e muda comportamentos, para que ela serve?
Ora, beneficiar!
A terceira: A quem ela beneficia?
Hummm... essa é mais difícil de responder...
Vamos lá. Poderíamos dizer que quem se beneficia é aquele que tem fé, que acredita... Mas se aprofundarmos um pouco mais a discussão, poderíamos a começar enxergar pessoas que se beneficiam das crenças dos outros. Vejamos um exemplo: acredito que presidente é alguém superior a mim. Logo, não me vejo como alguém que pode se rebelar contra os atos dele, é como se ele fosse um deus, inalcansável, inquestionável...
Mas não é justamente isto que acontece em nossa sociedade alienada?
Poderíamos mudar o título desta postagem para "O Poder Simbólico", uma vez que é isto que explica a nossa condição de vida. Não é o papel com um texto e uma assinatura que garante que algo é legítimo. O que dá essa garantia é a nossa crença de que aquilo possui o valor que dizem que tem. Mas essa crença sozinha de nada pode servir; como falei no início, essa crença deve produzir comportamentos. Preciso ter a fé de que esta crença é a verdade.