sexta-feira, janeiro 29, 2010

Daqui até a Eternidade


Fiquei absorto...
Olhei para mim...
Que há de novo?
Algo que eu nunca vivi...
Perplexo fiquei...
Nunca, antes, amei...
Dá medo da inconstância..
Insegurança do não controlável...
O amor, aprendi, é soltura...
Descontrole premeditado...
É deixar-se cair...
Voar fundo no abismo colossal...
E quando perto do chão chegar,
Avoar em amor, tudo dar...
Nada querer em troca...
Ser para Ela, é o que aprendi...
Doação, perda de forças em pura resignação...
Isso mesmo, resignação!
(Nunca me imaginei a escrever esta palavra.)
Que é subter-se a uma força tão doce como o amor?
É sublimidade, divinização do humano corruptível...
Elevação, enfim.
O amor é uma contradição.
Arre, que eu tinha em mente quando achei que era ilusão?!
Agora, quando vou, não quero volta...
Quando sou, sou para Ela, não para mim...
Sou puro doar-se...
Puro comprazer-se em tê-La nos braços...
Em adorá-La sem tempo ou espaço...
Sem medo, medição e compasso...
Sou mais.
Pois sou menos...
Sou menos, pois sou tudo...
O mundo, o todo...
Sou mudo.
Sou voz e força...
Sou mais, amor.
E vale arriscar? - pergunta a voz medrosa e medíocre.
Respondo com outra pergunta:
Que é viver, senão arriscar?
Aposto e arrisco.
Aponto para um porto...
Meu mar, oceano indizível.
Vou tentar.
Não sou bicho arisco.