quarta-feira, julho 09, 2008

Brinde de Chiclete...


Nossa! Que mundo é esse que ganhamos? Parece-me como brinde de chiclete...
Aquele que desembrulhamos, mascamos e jogamos fora na sarjeta, como Baleiro nos mostra... Eita, que mundo cão!

Mundo Cão
(Zeca Baleiro e Sérgio Natureza)

Ouço seu latido
Mundo pequinês
Mundo comprimido
Um midas por mês

Neste grande imenso pet shop
A cultura é um sabão
Artigo de fim de estoque
Aproveite a ocasião
Mundo mundo mundo cão
Mundo mundo cão

Minha Cultura defendo com dentes e pata
Não tem mal da raça que encara esse vira lata
Minha raiva não passa ganhei pedigree da raça
Não vendo a minha arma nem de graça
Qualé a minha graça
Da meu sangue e respeito, batida feroz, que casa
A rima a peito toda palavra que mi leva ao além
E como ninguém defendo meu acém

Ser verdadeiro nesse mundo é difícil
Eu acho que são os ossos do ofício

segunda-feira, julho 07, 2008

Fome















Sinto fome da fome que nos falta...
Da falta da fome que não mata...
Aquela que trata a vida como mata...
Como folhas e frutos que aliviam a falta...

Sinto fome daquela que mata...
Os grandes enfermos que vivem de morte...
Daqueles que em nada podem se proteger...
E pouco sabem o que podem fazer...

Sinto a fome nada passageira...
Que lenta se esgueira para matar...
Os famintos da fome que mata...
Que destrói a pouca vida ingrata...

Mato a fome da morte dos culpados...
Alimentando-me do poema por ora publicado...
Sentindo o cheiro asqueroso do sangue que escorre
Da face dos grandes desgraçados!

Malditos sejam os que da morte alheia beneficiam a si...
Malditos, os que capitalizam o sofrer alheio...
Que a foice da morte os acompanhem em suas reles vidas...
Que a vida de morte seja a morte de suas vidas!