sábado, fevereiro 21, 2009

Carnamáscara...


Carna o quê?!
Carnaval!
Cai na vala...
Carnavelha...
Carma... mal...
Cá, na vida...
Naval...
No vão...
Cá, no vão!
No ôco!

Cai onde?
No chão!
Carne em vão!
Álcool e pão!
Circo e manifestação!
Arco de dor, dedicação.
Carnaval...
Aval da carne...
Ácido que arde.
Corrói, em vão, a carne.
Cai e levanta do chão...
Arranha e esmaga...
O duro chão...
Que chora a marca deixada...
A dor da carne que pula.
A carnalização...
Ação da carne que pede...
O trocado do pão...
A cachaça...
A ressaca...
A resignação...
O esquecer das mazelas,
Deixadas penduradas ao guarda-roupa...
O triste fim da carne.

terça-feira, fevereiro 17, 2009



Quero palavras esféricas...
... de granulometria igual ao pó.
Para traduzir o pó que me pariu...
Para eu saber que pó que eu sou.
Para eu saber que vento me levaria.
Como eu, pó, se espalharia...
Quando, do pó, a flor se formaria...
O bicho...
O inseto...
A vida.
O pó.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Quero Drummondear...



Disse-me um sábio, certa vez:
- "Ler poesia não cura dor de dente ou enxaqueca.
Mas aumenta teu mundo."

Poetizei...
Arriscar-me-ei a Drummondear, agora...
Saltarei a pedra ou a rodearei, quando encontrá-la...
Nada perguntarei a José-sem-nome...
Já não há o que perguntar.

Mas como Drummond, deixarei o amor se ensanguentar...
Que pule o muro.
Que suba à árvore.
Que escorregue e se estrepe!
Mais uma vez, alguém vê o sangue andrógino a escorrer.

Meus ombros já quase suportam o mundo...
O qual quase pesa tanto quanto a pequena mão de uma criança.
Tenho procurado, sim.
E sinto que estou perto.
Perto, não da "explicação (duvidosa) da vida",
Mas da "poesia (inexplicável) da vida".

domingo, fevereiro 15, 2009

Só...



Estou só...
Sentado no sofá,
E olhando a TV desligada.

Ao fundo, toca Don't Watch me Dancing,
De Little Joy...
Mastigo, descuidadamente, biscoito recheado...
Sabor morango...
Nunca gostei desse sabor.

Migalhas caem, por vezes, ao chão...
Outras, ao sofá...
Um copo duplo de café à mão direita
Recheia, ainda mais, este fim de tarde.

O álbum da banda está chegando ao fim...
A música?
"Evaporar".
Sim, fim justo.
Sumir.
Volatilizar...

Como o álcool misturado à alma.
Ou a alma misturada ao álcool.
Tanto faz a ordem!
Tanto faz...
Calar é melhor...
Silenciar a dor da solidão...
Como morrer estando vivo.
Como viver, estando morto.

Retornando...



Retorno oficialmente às atividades de blogueiro. Depois do descanso necessário à organização das idéias, retomo o poder. Obrigado a todos pelo apoio e crítica de tudo que aqui publico. Mais tarde tem poema...