Sentado quase ao chão...
Maltrapilho e lendo Lenin...
Em plena praça de alimentação...
No shopping, o templo capitalista da iluminação!
Um cara...
Um livro...
Um livre...
O rasgo, o mal-cheiro e olhares inquietos a aguardar...
Aguardam a velha atuação de limpeza da imundície grosseira...
A verdade batendo à face.
No shopping, o templo capitalista da iluminação!
Um cara...
Um livro...
Um livre...
O rasgo, o mal-cheiro e olhares inquietos a aguardar...
Aguardam a velha atuação de limpeza da imundície grosseira...
A verdade batendo à face.
Insuportavelmente, a verdade!
Nua, crua...
Um cara, um livro, um livre.
Aquele que catava o lixo...
Em meio ao luxo...
De olhos imundos...
Olhares sujos que enlameiam tudo o que vêem.
O lixo em luxo travestido...
O luxo em lixo observado...
Maltrapilho e leitor do revolucionário...
Revolução dos sentidos.
Ataque das nádegas em status de cérebro...
De lordes em ataques desesperados...
Ao desafio, do tosco, que é lançado...
Do que não se aprende com a tv.
Assustaram-se, os guardas, quando o maltrapilho virou a página...
Foram em direção, conduzindo o lixo para fora do paraíso...
E olhares do luxo oco entrecruzavam-se...
Mas nunca olhavam nos olhos maltrapilhos e audaciosos da nova percepção...
Foi-se embora o provocante e amedrontador...
Aquele que com o livro na mão, escrevia a verdade que nem se deu conta...
Saiu e prosseguiu em sua introspecção...
Sentou-se num outro canto qualquer...
De marcador em punho para fazer crescer sua liberdade sem barulho.