sexta-feira, agosto 22, 2008

O Sonho do Sonho



Quando, sonho, acordado estou?
Quando sonho, acordado estou?
Quando sonho acordado, sou...
Quando acordo do sonho sou mais...
Tão mais que acordo do horror...
De acordo, acordo-me a sonhar...
E nego a vigília para afirmar o sonho...
O sonho sonhado quando nem sei se acordado...
Se sonho acordado e acordo a sonhar,
A vigília posso afirmar?
Ou sonho a vigília para reafirmar o sonho?
Tão logo abro os olhos, imagens tomem conta de mim...
Imagens são sonhos de empréstimo...
Sonhos são imagens de fantasia do real...
Sonhar é acordar do sonho insonhado...
Do sonho insondado...
Do sono insônia-dado...
Do som dado... insânia...
Do grito de ser um dado...
De algumas faces...
Sou o sonho do seu sonho passado...
O sonho da sua cabeça, alojado...
Como o vírus que se acopla aos sonhos vividos, experienciados...
Aquele que te faz viajar sem entender se acordado está...
Estás a sonhar?
Eis a convicção que um sonho pode dar...
A certeza do sonho de acordado estar...

quinta-feira, agosto 21, 2008

Simples


Atitudes tão simples...
Gestos casuais...
Sorriso espontâneo...
Lapso verdadeiro...
E o semblante se alegra...
Faz com que seja real...
Faz-me sentir diante da pureza colossal...
São os gestos importantes...
São as faces imponentes...
De atos tão delicados...
Que me fazem questionar...
Os meus próprios atos...
Que me impõem um tenso olhar...
Da vida sem sentido...
Do tiro à queima-roupa de um suicídio imoral...
Do deixe-o-tempo-resolver...
A frágil construção de uma persona insalubre...
A máscara que cai, diante da beleza irradiante...
Da beleza estonteante em sua simples verdade...
E destensiona a pressão incalculável...
Uma vida auto imposta que outrora era morte...
Mas se contemplo tal simplicidade...
Motivo-me à sanidade...
Da criança que nos ensina...
E que do adulto se aproxima...
Sem palavras, sem verdades...
Só de atitude se faz vontade...
Mas a simples atitude...
Que leva a felicidade...
Que leva à felicidade...

quarta-feira, agosto 20, 2008

Filosofia Prática: Tubarões devem, necessariamente, comer peixinhos?



Dias de quarta-feira, pela manhã, um amigo meu (Itamar) e eu fazemos um trabalho voluntário, dando aulas de Filosofia para 8ª série. Isso se seguiu por conta de vermos a incapacidade de entendimento lógico da vida por parte do alunado de 2° grau que tivemos contato. Estamos falando de ensino público, evidentemente. Bom, o que me incitou a compartilhar com vocês é o fato de hoje a reflexão ter desencadeado motivações para a ação. Trabalhamos "O Homem é um Ser Político", que traz como ilustração, uma pequenina estória chamada "Se Todos os Tubarões Fossem Homens", e a trabalhamos como tema. A discussão levou-nos a questionar quem são os indivíduos que lucram com certas crenças como a que a maioria das pessoas têm... a de enriquecer. O interessante é que chegamos, juntos, a uma conclusão arriscada (mas para algo muito bom): ludibriam-nos com a ilusão de nos tornarmos ricos, para que, com isso, busquemos o sucesso individual; mas isso é um problema? Claro que não! A questão perversa é que soma-se a isto o egoísmo, logo temos individualismo (egoísmo + individualidade). Mas isto é um problema? Claro que não! O problema é que com isto agindo em nossa psique, não temos perspectiva de ação coletiva. E como peixinhos podem vencer tubarões se não for pela via da coletividade?