Ele caminhava cabisbaixo...
Pensamentos ecoavam em sua mente...
Um beco escuro...
Silêncio, quebrado apenas pelo vento...
Que trazia de longe um jazz...
Naipes de sopro e um piano desafinado...
Estava perdido num deserto de concreto...
Imerso na noite de estrelas como teto...
Caminhava enquanto nuvens caíam aos montes...
Esbarradas num céu semicerrado...
E um chão de concreto...
A voz em sua cabeça ressoava dissonâncias...
Sua pele escorregadia, de suor e bonança...
A cachaça, pinga do bar do beco...
As risadas solitárias de bebuns enclausurados...
Os quase-nada que nadavam em si e só...
Agora, uma rala chuva o tocava...
Um ventinho soprava embora aquele calor...
Viu, ao longe, um cachorro se abrigando da chuva...
Mosquitos em volta da lâmpada indo-se...
Um taxi branco passando lentamente...
Estendeu a mão...
Foi-se, então, embora.
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