Sentado quase ao chão...
Maltrapilho e lendo Lenin...
Em plena praça de alimentação...
No shopping, o templo capitalista da iluminação!
Um cara...
Um livro...
Um livre...
O rasgo, o mal-cheiro e olhares inquietos a aguardar...
Aguardam a velha atuação de limpeza da imundície grosseira...
A verdade batendo à face.
No shopping, o templo capitalista da iluminação!
Um cara...
Um livro...
Um livre...
O rasgo, o mal-cheiro e olhares inquietos a aguardar...
Aguardam a velha atuação de limpeza da imundície grosseira...
A verdade batendo à face.
Insuportavelmente, a verdade!
Nua, crua...
Um cara, um livro, um livre.
Aquele que catava o lixo...
Em meio ao luxo...
De olhos imundos...
Olhares sujos que enlameiam tudo o que vêem.
O lixo em luxo travestido...
O luxo em lixo observado...
Maltrapilho e leitor do revolucionário...
Revolução dos sentidos.
Ataque das nádegas em status de cérebro...
De lordes em ataques desesperados...
Ao desafio, do tosco, que é lançado...
Do que não se aprende com a tv.
Assustaram-se, os guardas, quando o maltrapilho virou a página...
Foram em direção, conduzindo o lixo para fora do paraíso...
E olhares do luxo oco entrecruzavam-se...
Mas nunca olhavam nos olhos maltrapilhos e audaciosos da nova percepção...
Foi-se embora o provocante e amedrontador...
Aquele que com o livro na mão, escrevia a verdade que nem se deu conta...
Saiu e prosseguiu em sua introspecção...
Sentou-se num outro canto qualquer...
De marcador em punho para fazer crescer sua liberdade sem barulho.
3 comentários:
Profundo e intrigante!
Meu velho e bom poeta-escritor, psicólogo do "eu" profundo... Quanto tempo meu caro...
Nossa! Essas palavras fizeram-me recordar um poema de Manuel Bandeira chamado "O Bicho", que diz assim:
"Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa;
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem."
Como tentar procurar sentido numa coisa totalmente "non sense"? Podemos não enxergar sentido nisso, mas será que o próprio ser vivente disso concorda também em não enxergar...???
Um grande abraço meu amigo.
Nice! it's words of the light!
Postar um comentário