quarta-feira, janeiro 28, 2009

Poeta versus Poesia


A alma do poeta é rara...
O poeta erra...
Rala a cara...
Martela o dedo...
E sai correndo.

O desejo de acerto é grande...
Mas o passos continuam a errar...
Faz o inverso do que escreve.
Não presta!
Impreciso, lamenta o que não fez.
...o tormento.

Quem acha que poeta é coisa boa,
Longe está da verdade.
Ofereço a face, se errado estou.
O poeta se irrita, mas escreve.
Idiota!

O primitivo se irrita e atira uma pedra...
Atira uma flexa...
Atira.
O poeta?
Rio-me.
Fala bonito, mas e daí?

O poeta é nada.
Nada no nada...
Flutua na esperança...
E desespero de vida.
A vida se insinua a aparecer...
Mas onde está?
Ilusão!

Sente a dor do mundo...
E o mundo?
Pouco se importa.
Achou mais um a cruxificar!
Achou mais um idiota que apregoa a ilusão do bem viver!
Irrito-me com tudo isso!
Que falta, então?
Sair das palavras.
Sair de casa.
Sair.
Agir com atos!
...paradoxal.

O que é o poeta, senão isso?
O paradoxo de ser o que não é.
O paradoxo de doer em ser o que é.
O paradoxo de desejar ser o que é.
O paradoxo de existir sendo um ser...
Mas sem nada ser.
As palavras o são.
Eis o que é um poeta,
Palavras.

2 comentários:

Leveza de ser. disse...

Sinto que aqui dentro mora um poeta. Mas um poeta louco, perdido entre o que ele é e o que ele não é. Resiste e não se mostra. Prefere sempre o silëncio e a cara de besta cega ouvinte. E sorri desentendidamente.

Leveza de ser. disse...

Olha isso que escrevi: "desentendidamente"
hahahahaha
me mostrei desentendida, porém sinto dúvidas dessa idéia. E se eu entendi inonsciente mas não quis entender e levar adiante?