Neste blog, palavras como as que virão aqui já foram ditas, mas nunca é muito repetir coisas do tipo que se segue... Estava eu a conversar com uma amiga de infância (considero irmã de tanto afeto que tenho por ela), a Tatiana, e ela conseguiu me inspirar, com algo dito, para a seguinte reflexão: Vivemos num mundo de correria, de busca constante e competição. Acho que ninguém discorda disto facilmente. Bem, acredito que o fio que une esses comportamentos seja uma característica humana que filósofos já chamaram de "instinto de poder". Isso significa que corremos motivados por nossa necessidade de dominar, exercer poder sobre o outro e sobre a realidade, de forma geral. Tudo bem, até concordo que há uma certa necessidade desde tipo de comportamento, porém não posso concordar que necessitamos permancer em algo que tem nos matado. Como? Essa competição e necessidade de domínio tem acarretado doenças de nível profundo em nosso corpo, tais como cardiopatias, doenças gástricas, desquilíbrios hormonais, câncer, doenças do sistema respiratório, doenças sociais como a inércia coletiva, etc. Tudo isto poderia ser evitado com uma atitude muito mais desafiadora do que superar um outro: superar a si mesmo. A auto-superação é das tarefas mais difíceis que conheço, pois exige que olhemos nos olhos de nossos maiores medos, exige que encaremos nossa fragilidade existencial, exige que caiamos na dura realidade de que nossa vida logo se findará. E é exatamente o caminho oposto do que a sociedade tem ensinado. Ela diz: jogue a responsabilidade para o outro, pois assim é mais fácil lidar com as próprias fraquezas; não admita tua parcela de culpa, pois isso dói muito; vire o rosto para evitar ver humanos dormindo debaixo de marquises, pois pode se lembrar que ali podia ser você; vá para a agressão a outros humanos e/ou animais, pois assim é mais cômodo e ajuda a esquecer que tua fraqueza é tão grande que precisas esquecê-las.
É isso...
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Pintura de Oswaldo Guayasamin, "A Idade da Grande Ira"
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