segunda-feira, dezembro 21, 2009

A Hora


São 02:12h...
Abro os olhos no vazio da escuridão...
Desço degraus eternos...
Abarco sentidos diversos...
Sinto um vento frio a perpassar a alma...

Em vazio caminho...
Cão meu, late...
Espalha e parte...
Assusta o coração aqui...
Observo degraus passarem...

A nota que canta é ôca...
Anota, encanta, canto...
São sons tinindo em mim...
Os sinos traindo, enfim...
Sonos e somos num eu...

Cai o leite...
Gato que lambe e mia...
A geladeira é fria...
A madrugada persiste...
Água gelada...
Espia...

São 02:12h...
É sonho em terno som...
O sono sobrevém...
Sem sombra assombro o que vem...
Em sinos sons e saltos...
Caio do alto...
Acordo.

O percepto encantador...
É que percebo-me num flutuar...
Acordo?
Posso até estar de acordo...
Mas em quem confiar?
Personagens sobrevém...
No escuro profundo vazio...
Vôo.

Olho ao fundo, no nada...
Observo os olhos em frente à escada...
Degraus abaixo são degraus acima...
Subo, enquanto desço...
Flutuo sem parar...
Duvido sem tentar ao menos acreditar...
Creio em tudo, pois é nada...

E sono sonho...
Então, corro e espalho...
Saio do lugar...
Corro sem mesmo movimentar...
Agarro-me ao ar...
Salto no mar...
Vôo.

São 02:12h.

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