quarta-feira, janeiro 06, 2010

Se me Crio


Quando olho para ti...
Trago a fumaça do humor tardio...
Do sorriso sem graça...
Que vem e que passa...
[Como a moça de Itapoã...]

É lindo o flutuar inocente...
De ti, ó, doce e simples deusa cadente...
Que como o raio de deuses...
Em chamas transforma a sorte aparente...

O contorno imediato
Corre em torno,
Exagera e chama...
A chama ardente da destruição.
[Como o fogo do Deus Vulcano]

É certo que a dúvida
Não é certeza da qual se possa confiar...
Ou mesmo estrela iluminante e dançante do ar...
É mais do que isso, é aquilo e mais há.

Como poderias tu advinhar o que sinto por ti?
Se sempre me olhas para ver-te correr e dançar?
São olhos que brilham em lágrimas a revelar...
[Como os titânicos cegos do castelo]

Saberias, tu, o que de cá de dentro revelo?
Os sonhos de outrora, o sangue amarelo...
O ápice do nada...
[Como Sartre para si nunca guardará]

São ribeirinhos em posse e pose de si...
Eternos e ternos...
São ternos sacodidos em puro pó.
Os dedos na garganta, o nó.

Sangue se espalha...
Mas é dor e saudade...
É vida pulsando em toda a sua intensidade.
[Sem limite para si, como urbanamente, a legião fala da vida]

E eu, que, disto tudo, digo?
Digo que sei.
Que sinto o avesso de mim...
Que sou até o fim...
Sem preço.
Apego, fim ou começo...
[Como um Deus que insiste em se criar]

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