quarta-feira, novembro 05, 2008

Águas Revoltas



Hoje o mar em mim se agita...
Vem, lá, uma tempestade infinda...
Ontem, a arte se realizou em mim...
Hoje, vejo o caos tomando conta...

Um ódio imenso a tudo que respira
Manifesta-se...
No que chamam de cultura,
Chamo de massa!
De manobra!

Dizem que "arrocha" é música...
Me parece mais uma pedra...
No sapato...
De quem está anestesiado
E não a percebe!

Dizem que há arte entre a massa...
Há desordem programada...
Pela novela de mais cedo...
Pelo nada que aniquila...
Pela dose de medo introjetado!

Dizem que aquilo é cultura...
Entendo cultura como virtude do espírito humano...
Em que mente sã "arrocha" é virtude?
Em que aquilo é alcançar altura?

Esta insanidade é desejo de morte!
"Faustão" aos domingos é incentivo para suicídio!
"Arrocha" é ritual do vício...
É dança de acasalamento!
É volta ao primitivismo!

"Gugu" aos domingos é vontade de nada ser!
Novelas na "Globo" é desejo de morrer!
Sumir do mapa!
Por que a vida é dura demais...
Para estas almas desajeitadas!
Para estas fezes ambulantes!
Para estes corpos insandecidos!

Não há mais o brilho de ser o que se é...
Não há mais a atitude de segurar-se em si...
Deus morreu e muitos se apegam aos restos mortais do tal...
Matamos, todos...
E os fracos se apóiam nesse vazio de existência...

A arte há de prevalecer...
O som do mar deve nos nortear...
A poesia há de se eternizar...
Ou nossa alma vira poesia,
Ou morreremos afixiados
Pelo gás que exala dos corpos em putrefação...

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