domingo, novembro 02, 2008

Uma Criança


Sinto-me assim...
E ela vê...
É uma criança presa...
Uma presa da ânsia...
Uma vontade amarga de voltar...
Um amar que volta...

Da janela, eu olho aquela face...
Entre grades, já, nela, meus olhos estão...
Desde grande aprendi a ver...
Aquele verde dos olhos dela...
Que consomem o mar de mim...

Sinto a sobra da ansiedade...
À sombra, sobriedade...
Sobre aquela velha idade...
Que, de tenra, vinha ser cidade...
Vingou a necessidade...
Sociedade!

Saciedade a dois!
Sacio a idade que erra desde longe...
O desejo desde mim que desce do monte...
Sócio do ócio sem-fim...
Começo a falar de mim...
Como lar de... alarde insano...

In sana e tarde...
Depois de sangue esparramar...
Como a rama, amar...
No mar em chamas...
Chama a mim...
Ó, deusa!

Derrama e chama...
Que em força d'alma
Me dou... dôo...
A alma..
E acalma...
Enfim...
O mar em mim...


Um comentário:

Narrativas disse...

"Aquele verde dos olhos dela...
Que consomem o mar de mim..."

Perfeito!
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