sexta-feira, maio 08, 2009

Eu, sombrio... a tarde


Uma doce e sombria tarde...
Um sentimento de si...
Um apelo desesperado...
O grito, logo ao lado...

As folhas secas se espalham...
O Sol, distante, toca-me levemente...
É fim de tarde...
É dor, é sentimento...
É falha.

A Lua já desponta...
Um leve frio me aquece a alma...
Tudo que preciso...
Tudo que me acalma...

A cama, a lama...
Um sujeito.
O que sou, não tem mais jeito.
Eu falo, repito, não me calo...
Sinto a alma arder dentro do peito.

Uma fala de uma dama...
Um silêncio e um olhar...
Despertou o mais íntimo de mim...
Uma alma turva...
Obscura e doce...
Às vezes, torpe...

Uma alma enegrecida...
Uma existência que afirma a vida...
A vida com a ciência da morte...
No peito, o coração bate mais forte...
Enrijece, faz-me mais...

Um manto me cobre a cabeça...
Um frio me envolve o corpo...
Uma voz, chega-me aos ouvidos...
Minha fala já não serve mais...
Minha face fala por mim.

Fala do que não tem fim...
Do eterno ser que nos tornamos...
Do entorno...
Do quadro ingrato que retratamos...
Do sórdido, do caos...
Do cais...

Do mar que quebra em ondas...
Que tenta traduzir a alma do mundo...
Que abriga e destrói.
Que mostra como minha alma se constrói..
Sinto, agora, que estou mais perto de mim.

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