quarta-feira, julho 22, 2009

Engana-se


Salvo engano, o engano morreu...
Gritam: "Salvem o engano!"
Por quê? O engano correu?!

Ora, quem corre, vivo está...
Então, salvo engano enganado foi...
E junto com ele, fui eu...
Demente insano que crê...

Corre solto, o engano, agora...
Corre e pulula festejando...
O caos instaurado, a calúnia de ser quem está certo...
O erro de acertar para muitos...
De ser correto e não duvidar...

De sair e festejar...
A alienação do engano e da traição...
De si para si...
De auto-engano...
A cegueira que se escolhe vivenciar...

A torpe nojeira do vômito que engasga...
Sufoca a mente...
Toda imagem horrenda é pouco para descrever a alienação...
Vomitar é festa em dia de comemoração.

Os porcos se regozijam,
Se entreolham com sorrisos de canto de boca...
Rolam pela lama, esfacelam o resto de dignidade...
E, como numa rinha, arrancam com os dentes a carne do outro...

"O inferno é o outro", certamente...
Mas é o outro como espelho do inferno interno...
Da lama, alma má...
Que escorre, em vez de sangue e dignificação...

É o engano, a tragédia do acidente...
Que não mais soa como tal...
Soa como planejado em ares de acaso...
A morte planejada...
A fome planejada...
A sede planejada...
A debilidade planejada...
Pelos senhores do engano...
Os senhores da alienação!

O cérebro derrete...
Inflama a emoção...
Festejam as sete mortes...
Que vêm dos sete cantos...
Encantos sete mil...
Das memórias contadas...
Pelo infame mestre vil.

Arranco do peito o coração...
Bate ainda e eu o olho fixamente...
Sem nada no pensamento, sinto o sangue quente a escorrer...
É a parte mais nobre de mim...
É o que me fazia viver...
Morre a ideologia de mim...
Sacode espalhada pelo chão...
Ensanguentada desejando viver...

...morre a ideologia frente à alienção...

Um comentário:

Unknown disse...

Maravilhosa sua frase:
"Morre a ideologia frente à alienação"
Também Penso que estando alienados, somos seres programados e desvinculados de ideologias...