Outra vez?!
De novo, de novo e de novo...
O que fizeram do tempo?
Um nexo estruturado e sem sentido.
Aliás, um sentido só,
O do lucro.
O que há de novo?
Nada!
Tudo de novo!
Toda a vida...
Tida, anteriormente como infinda,
Hoje se acaba.
Mas quando era infinda?
Quando o que dividia o tempo eram as estações,
O nascer do sol e o ocaso.
E hoje, o que há de novo?
Nada resta.
Nem resto do lixo produzido pela insânia!
Nada de novo...
E de novo e de novo...
Se repetindo sem fim...
E acelera...
É o tempo.
"Que tempo?" - Perguntam os curiosos.
Respondo: "O tempo do relógio capitalista."
E com esse relógio de ouro,
O engano próprio.
O quintal apinhado de mal dizer...
A cabeça tensionada a explodir...
O coração inclinado a desfalecer...
O relógio que mede é o mesmo que dá fim.
É o tic-tac mais que limitante...
O insano mais horrorizante que ajudamos a erguer.
Haverá algo novo?
Evidente que não!
Mais tempos,
Menos comida e justiça...
Quer dizer, se ficarmos na mesma de desejar
Um feliz 2009...
Como desejamos um feliz 2008...
2007...
2006...
Haverá algo novo?
Evidente que sim!
Se assim não procedermos.
Se mudarmos nossa postura.
Se vivermos de cabeça erguida,
Erigindo a muralha de uma existência com sentido.
Se vigiarmos nossos passos.
Se formos éticos.
Se respeitarmos o outro.
Se respeitarmos nossa casa, a Terra.
Se aceitarmos nossos erros para, assim, convertê-los em acertos.
Se dermos o braço a torcer, aceitando a força da razão.
Se decidirmos pela força da lógica, não da emoção.
Se ao invés de culpar o outro, pôrmos a mão na massa.
Se ao invés de se sentir inútil,
Inventarmos formas criativas de lidar com a realidade.
Se ao invés de levantar os olhos clamando às estrelas,
Os levantar para ver que o céu é o limite de nosso potencial.
Se ao invés de dobrar os joelhos,
Erguer-nos com a fé em si e no humano.
Se crermos que podemos ser melhores,
Pois assim acreditaremos que o outro também o pode.
Se entendermos que é na relação com o outro,
Incluindo aqueles desvalorizados pela sociedade,
Que se constrói a realidade.
Haverá algo novo?
Difícil?
Minha dúvida é saber se você acredita.
Farei o que a mim concerne.
Farás tua parte?
Então, que o 2009 esteja nas tuas mãos!